Cerimónia de inauguração da Sede do Moza Banco - Intervenção do PCA Dr. João Figueiredo

Sua Excelência, Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique,
Excelentíssimos Senhores Membros do Governo,
Excelentíssima Senhora Governadora da Cidade de Maputo,
Excelentíssimo Presidente do Conselho Autárquico de Maputo
Digníssimos Representantes do Corpo Diplomático,
Excelentíssimo Senhor Governador do Banco de Moçambique
Caros Membros do Conselho de Administração e Orgãos Sociais do Moza,
Estimados Clientes,
Senhores Convidados,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
É com elevada honra e prazer que vos cumprimento e dou-vos as boas vindas a este importante e histórico acto de inauguração da Nova Sede do Moza Banco.
Em primeiro lugar, permitam-me expressar o sincero agradecimento a Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República, pela sua presença que muito nos honra e dignifica este evento. Os agradecimentos são extensivos a todos os que aceitaram o nosso convite, para estarem connosco neste dia tão especial para a nossa instituição.
Excelência,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Hoje, 13 de Junho de 2019 é um dia que ficará indelevelmente marcado na história do Moza como a data da inauguração da nossa Nova Sede, o que representa um marco inegável e decisivo para o reforço institucional do Banco.
Após a Intervenção do Banco de Moçambique no Moza Banco ocorrida final de 2016, e de um conjunto de acções subsequentes assumidas com o intuito de diagnosticar, recuperar e viabilizar esta Instituição Financeira, o Moza Banco assume hoje, com este acto, o seu posicionamento em rumar ao futuro com uma determinação segura, consistente e inabalável.
Temos procurado desembaraçarmo-nos de um passado que marcou negativamente de forma acentuada esta Instituição, mas a verdade é que o peso da herança acompanha-nos no dia-a-dia e temos que viver com essa realidade. Não obstante, o nosso grande desafio é construir hoje uma base sólida para que possamos almejar um amanhã risonho ao serviço da economia nacional e que façamos de forma transparente, consistente e sem artifícios contabilísticos que venham a colocar a Instituição numa situação semelhante aquela que conheceu no recente passado.
Pretendemos constituirmo-nos, como um Banco de referência nacional; um Banco com ambição de crescimento, mas em simultâneo, Um Banco sólido, à altura dos desafios do presente e do futuro.
Como é do conhecimento público, após o diagnóstico que efectuamos assessorados poe uma Entidade de credibilidade internacional e independente, a solução encontrada quer ao nível do saneamento financeiro como da Gestão foi de raiz única e exclusivamente nacional, o que muito nos orgulha pois é hora de dizer que nós Moçambicanos também somos capazes e temos soluções para os nossos próprios problemas.
Somos de facto Um Banco verdadeiramente nacional.
E Nacional, não só porque, e boa verdade, somos o Único banco comercial de capital maioritariamente detido por accionistas nacionais, mas também e acima de tudo, porque disponíveis e motivados em ler e interpretar as reais necessidades da economia, das empresas, dos empresários e dos cidadãos nacionais, desenhando soluções que correspondam aos seus verdadeiros anseios.
- Um Banco com um toque de classe e inovação como o prova o Balcão digital que certamente tiveram a oportunidade de visitar;
- Um Banco comprometido com o rigor e qualidade e, em linha com as melhores práticas internacionais, no que concerne ao combate à fraude, e à adopção de políticas de Compliance e ALM.
- Um Banco, ainda, apostado em proporcionar as melhores condições de trabalho para o seu quadro de Colaboradores criando um ambiente que promova o bem-estar e que estimule a sua criatividade e inovação.
Uma feliz coincidência deriva do facto deste acto inaugural acontecer na véspera do dia da celebração do 11º Aniversário da nossa jovem instituição pelo que este Edifício pode ser encarado como uma prenda antecipada aos nossos Colaboradores, Clientes e todos quantos se relacionam com o Moza.
O Moza iniciou as suas actividades em 2008 e a primeira Sede social do Moza Banco, aquando do início da sua actividade, funcionava numa moradia, localizada no Bairro da Sommerschield, aqui na Cidade de Maputo. Nessa altura, o Moza contava com apenas 16 técnicos bancários. Hoje somos 750.
Desde então, o Banco foi evoluindo na sua actividade com um consequente crescimento e expansão em toda a geografia a nível nacional, registando-se um aumento significativo do número de colaboradores e, como é normal, da necessidade de reforço das áreas dos serviços centrais de apoio ao negócio.
E assim o Banco foi crescendo com ocupação de espaços, muito embora crescendo de uma forma pouco articulada e funcional em termos organizacionais, pois não obstante ter fixado a sua sede num espaço de um Hotel da cidade, acabaria por dispersar por 5 edifícios diferentes os seus serviços centrais.
Como se percebe, esta dispersão não se coadunava nem com um ambiente organizacional recomendável muito menos com os padrões básicos de uma Instituição Financeira com a ambição que caracterizava o próprio Banco.
Foi deste modo que em 2018, decidimos pela transferência para o Edifício onde nos encontramos, esta Sede que inauguramos,cuja ocupação gradual iniciou em Setembro do ano transacto.
Este novo Edifício dispõe, pois, de um conjunto de características específicas que não são comparáveis com a situação anterior, nomeadamente:
- Trata-se de um Edifício para utilização exclusiva do Banco, com todas as vantagens associadas a esta condição, como por exemplo o tratamento da imagem e a própria segurança (onde procuramos dar um toque de modernidade e inovação como o comprova o espaço dedicado à “Agência Digital”; e que traduz bem o nosso compromisso com a tecnologia e inovação);
- Criamos espaços adequados e exclusivos para recepção de Clientes e Visitantes, sendo importante realçar a existência de um Auditório com capacidade para mais de 100 pessoas;
- Alocamos espaços para áreas sociais como por exemplo refeitório, Posto médico, Notário, Comité sindical, o Clube Moza, entre outras;
- E pensamos no futuro, assegurando Áreas disponíveis para um potencial crescimento das nossas necessidades.
Este moderno e imponente edifício é composto por 14 pisos, ocupando uma área bruta de 6.880m2, ao que acresce uma área destinada a lojas, com cerca de (702,60m2). Alberga todas as 19 unidades orgânicas centrais do Banco, que no total integram 504 colaboradores, incluindo 87 Colaboradores dos Serviços Centrais do BTM que serão integrados no âmbito do processo de fusão.
Excelência,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Este evento acontece cerca de três anos após termos ultrapassado um período menos bom no nosso percurso, marcado pela degradação acentuada dos indicadores financeiros e prudenciais e que levaram a intervenção do Banco de Moçambique na nossa instituição.
Foi um processo complexo, mas incontornável para salvar a Instituição.
Estava em causa a sobrevivência da própria instituição. Ao Banco de Moçambique, não restava outra alternativa que não a sua intervenção. E diga-se que em boa hora, já que o diagnóstico então elaborado e as acções subsequentes viriam a revelar-se vitais, não só, para a sobrevivência da Instituição como, num quadro de apreciação mais alargado, para a salvaguarda e protecção do Sistema Financeiro em particular e da economia nacional em geral.
Em resultado desse processo, a nossa estrutura accionista foi reconfigurada, com a entrada de um novo accionista de referência, a Kuhanha, que culminou com os aumentos de capital previstos, que fazem do Moza hoje, um banco sólido, cumpridor dos rácios regulamentares, e num claro trajecto de recuperação dos seus principais indicadores de rentabilidade.
Tudo isto, repito, num quadro de uma solução Nacional.
Mas acima de tudo, devo sublinhar, um Banco que recuperou a confiança do Mercado e dos seus Clientes.
Hoje, somos um Banco renovado.
Em 2018, apesar da conjuntura económica difícil, de contracção que afectou o sector empresarial assim como a capacidade de poupança e consumo das famílias, mantivemos a trajectória de crescimento retomada em 2017 fruto do intenso trabalho realizado junto dos Clientes e do mercado.
E, apesar de ainda termos registado um resultado negativo no ano passado, a verdade é que o mesmo regista uma evolução positiva em cerca de 47% quando comparado com igual período em 2017.
Estamos no bom caminho.
Claro que um Banco de nossa dimensão, e com a profunda reestruturação acabada de sofrer não se recupera do “dia para a noite”. Temos assistido a nível internacional a muitos casos semelhantes ao nosso, e fica bem demonstrado, em todos eles, sempre a necessidade de um período razoável de maturação após os saneamentos necessários. No nosso caso, o Moza já está a percorrer este trajecto, mas estamos a faze-lo de forma sólida consistente.
Como corolário desta estratégia:
- Em 2018, a nossa carteira de Crédito concedido cresceu cerca de 20%, e os nossos Depósitos em cerca de 39%. É mais uma demostração de confiança que o mercado nutre por esta Instituição.
- Associado a esta evolução, está igualmente a abertura de mais duas Agências Bancárias, (totalizando 55);
- Está, ainda, o crescimento do número de clientes (em 2018 crescemos em 16% o número de Clientes) e, não menos importante registamos uma excelente evolução do nº de transacções em canais directos e self-banking.
Alcançamos, assim, um excelente 2018, registando, ainda, uma situação de solvência adequada, com um rácio de solvabilidade situado em 21,70%, bem acima do limite Regulamentar exigido.
Esta extraordinária evolução dos indicadores da actividade comercial que temos registado, foi alvo de reconhecimento pela KPMG no âmbito da 20ª Edição da pesquisa das 100 maiores Empresas de Moçambique, na qual o Moza Banco foi distinguido como a Instituição com Maior Variação em termos de Volume de Negócios no sector das actividades Financeiras e Seguros em 2017.
Este prémio, vem juntar-se a outras distinções alcançadas em 2018, nomeadamente o Prémio de Melhor inovação na Banca de Retalho e Melhor estratégia de reestruturação, atribuídos pela “International Banker” e “Banker Africa”, respectivamente, duas renomadas publicações internacionais de especialidade na área de Banca e Finanças.
Já este ano, reeditamos a vitória do prémio de Melhor inovação na Banca de Retalho, e como teremos oportunidade de testemunhar, muitos mais iremos obter daqui para frente.
Esta é a nossa determinação, fazer mais e melhor e colocar o Banco rumo ao sucesso.
É neste contexto, ainda, que hoje, tenho o grato prazer de anunciar que temos aqui connosco o Sr. John Everington, Editor da prestigiada publicação internacional na área da Banca e Finanças, a Revista The Banker do Grupo Financial Times, a quem gostaria de agradecer a sua presença e desejar as boas vindas ao nosso belo País.
John tem uma surpresa para todos nós e que dentro de momentos irá anunciar. Trata-se de uma distinção atribuída ao Moza Banco, não ao nível do País mas ao nível do Continente Africano, e que ele fez questão de vir cá pessoalmente anunciar.
Excelência,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Na sequência da aquisição da totalidade do capital social do Banco Terra de Moçambique pelo Moza Banco em Dezembro do ano passado, os Conselhos de Administração de ambas sociedades, aprovaram a fusão entre as duas instituições. Com esta operação, que naturalmente irá salvaguardar os superiores interesses de todos os stakeholders, pretende-se dotar a Instituição resultante de maior capacidade em servir o mercado em geral, e o universo crescente dos seus Clientes em particular.
A fusão por incorporação do BTM pelo Moza Banco, marcará o início de uma nova fase para as nossas duas instituições, que se tornarão numa entidade combinada, mais forte e equilibrada, alavancando as sinergias e forças existentes em cada um dos bancos.
Hoje, o Moza conta com uma estrutura accionista sólida, recentemente reforçada com a entrada um investidor internacional, a ARISE, que tem apostado em parcerias sustentáveis com entidades financeiras na África Subsaariana.
Temos uma forte implantação no mercado nacional contando actualmente com a 3ª maior rede de distribuição composta por mais de 50 Agências em todo o território nacional.
No âmbito da iniciativa “Um Distrito. Um Banco” lançada por V.Excia, Sr. Presidente, em 2016 na cidade de Maxixe, contabilizam-se já 4 Agências do Moza, que estão a operar em pleno, nos Distrito de Chicualacuala, Gondola, Vanduzi e Murrupula, sendo que contamos ainda e até 2020 estar presentes em mais 20 Distritos, nomeadamente,
Quissanga, Mapai, Chigubo e Guijá , Ile, Chinde, Derre, Lugela e Mocubela; Majune, Chimbonila, Ngauma e Sanga); Liúpo, Memba e Nacarôa ,Marínguè; Machaze; Meculo e Tsangano.
A estas, e como resultado do processo de fusão em curso com o Banco Terra, vamos adicionar mais 10 Agências, perfazendo aproximadamente um total de 85 Agências até ao final de 2020.
Louvamos assim, esta ambiciosa iniciativa patrocinada pelo MITADER no quadro da política do Governo nacional, que assume a vontade de, no mínimo, a cada distrito levar um Banco a operar.
Esta iniciativa, porém, deverá, a nosso ver, ser complementada com uma revisão da Legislação e Regulamentação em vigor, para que o processo de bancarização nacional seja uma realidade de facto e não esbarre contra normativos concebidos em contextos diferentes (nomeadamente em contextos doutras geografias cujo estágio económico e social é bastante diferente do nosso) que constituem verdadeiros entraves ao processo da bancarização nacional
Refiro-me Exas., em concreto, à necessidade premente e urgente em se estudar a melhor forma de endereçar os grandes objectivos da Normas e politicas Internacionais, sem que a sua aplicação, à letra, constitua um verdadeiro óbice ao nosso processo de bancarização nacional.
Por exemplo, é fundamental que alinhemos a conduta da nossa actividade com os grandes objectivos das Normas Internacionais no que concerne à Politicas de combate ao Branqueamento de Capitais.
Contudo, sendo essa premissa fundamental, é, de igual forma, imprescindível e vital, que harmonizemos estes objectivos com a nossa realidade nacional:
- Moradas precárias, falta de documentos de identificação, falta de declaração de rendimentos não podem continuar a constituir barreiras à inclusão financeira e um obstáculo ao processo de bancarização nacional. Estamos, por esta via, a marginalizar muitos dos nossos concidadãos que vivem fora das grandes urbes e que temos a obrigação de os trazer para o sistema financeiro nacional e proporcionar-lhes um normal acesso aos produtos e serviços da Banca em geral.
Fica, assim, aqui um apelo muito sentido para que as Autoridades cuidem desta harmonização, para que os investimentos que se estão a efectuar nos distritos não venham a ser um desperdício e o país não tire partido desta excelente oportunidade.
Exmo Senhor Presidente
Caros Convidados,
O nosso crescimento não se cinge apenas à vertente do negócio. Uma palavra final para referir que temos dedicado grande atenção na implementação e apoio a várias iniciativas ao nível da Responsabilidade Social e Cidadania Empresarial, reforçando o nosso posicionamento de Banco Socialmente Responsável estabelecendo parcerias profícuas com vários actores sociais incluindo entidades governamentais.
Só para citar algumas, destaco a colaboração com o Ministério da Saúde e demais parceiros, no combate ao flagelo da malária no País, abraçando a iniciativa “ZERO MALÁRIA, COMEÇA COMIGO” que tem indelevelmente a marca de Sua Excelência, Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e onde assumimos o compromisso de através de uma actuação concertada e coordenada, contribuir para
parar a propagação desta doença, que é actualmente a principal causa de mortalidade em Moçambique.
De igual modo, permitam-me sublinhar a parceria com a ANAC e mais especificamente a Reserva Nacional do Niassa onde temos estado a levar a cabo uma campanha de sensibilização para a protecção da biodiversidade e muito nos satisfaz o facto de se ter alcançado o registo impressionante de 1 ano sem abate de elefantes por caçadores furtivos naquela que é a maior reserva do País.
Para o Moza, há razões de optimismo quanto ao Moçambique de amanhã e, nesse contexto, reiteramos as perspectivas positivas em relação à capacidade de crescimento do País. Com olhos postos no futuro, estaremos atentos às oportunidades de negócios que surgirem diante de um mercado cada vez mais concorrencial.
A finalizar esta intervenção, gostaria, em nome do Conselho de Administração do Moza Banco, mais uma vez, agradecer a Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, pela sua honrosa presença, e deixar uma palavra de profunda gratidão aos accionistas que, reconhecendo o Valor do Moza Banco, tem investido e assegurando as condições necessárias para a concretização dos objectivos estratégicos da nossa instituição.
Muito obrigado!
Moza Banco S.A.
13/06/2019